#Aquele momento em que... morro de cabo enrolado ao pescoço
Todos os dias passo por cima de um cabo. Uma coisa da grossura de um dedo indicador, cor-de-laranja, que está provisório-definitivamente no meio do corredor, no local onde trabalho.
Todos os dias alço a perna, abro bem os olhos, meço as distâncias e... rezo para não ser aquele O dia em que o dito cabo leva o esticão da sua (inerte) vida.
Eu, aquela que tropeça nos próprios pés... Que tomba mesmo de ténis calçados... todos os dias, várias vezes por dia, alça a perna e passa por cima do cabo.
O cabo. Aquele que liga duas salas de reuniões opostas. Aquele que foi a solução (barata mas pouco segura) para voltar a fornecer energia à sala maior.
Aquele que liga duas salas, dois quadrados de vidro que, invariavelmente têm pessoas lá dentro. Gente, mais ou menos importante, que se reúne ali, fingindo estar atentos ao que se passa dentro mas que estão sempre de olho posto no que passa cá fora.
E, todos os dias, eu me vejo a espernear tombada no chão, de fio laranja enrolado ao pescoço, com audiência para acompanhar.
"Olá, ansiedade!!!"
Mas, era mesmo "Adeus, cabo."
Por um outro lado