#Cenas do arco da velha... quanto é 423 000.00 a dividir por 14?
OK. Eu ganho pouco. Ganho tão pouco que, quando li a notícia sobre o vencimento do novo presidente da Caixa Geral de Depósitos, e fui dividir o valor global pelos 14 meses, fiquei na dúvida se estaria a escrever bem 423 mil euros.
Lá está! É aquele problema que eu tenho com a matemática. Se fosse mais entendida na matéria talvez tivesse a oportunidade de auferir cerca de 423 mil euros anuais ou cerca de 30 mil euros mensais... brutos. Ou não... afinal, nasci gaja e isso também tende a atenuar a propensão para exercer certos cargos... isso, e a minha dificuldade em passar à cadeira de Economia, presumo que também não ajude.
Outra dúvida que me assiste é perguntar-me em que percentagem os descontos deste senhor, para IRS e Segurança Social, são efectuados. Pergunto-me, também, como é calculado um valor salarial desta importância. Como chegam até à justiça de um número que chegue para alimentar a família? Mas, esperem. E os benefícios? O senhor deve ter direito a benefícios... Ajudas de custo, subsídios, o que quer que seja... Reflectirão esses as necessidades do senhor? É que não o queremos mal pago.
E, sim, sim, isso está tudo tabulado na lei... Afinal, a CGD ainda é pública... mesmo com ditos investimentos em fundações esquisitas. Mas, pergunto-me se houve melhorias, à luz de outras notícias sobre como têm sido calculados certos impostos (como IMIs de altos funcionários do Governo), e como procuram promover a equidade no pagamento dos mesmos, considerando património físico e monetário que demonstram ter. Recordo um senhor, com óbvios sinais de luxo, a declarar o ordenado mínimo... há uns anos atrás, é certo. Agora, nada disso se passa.
Faz sentido que cargos de grande responsabilidade e que exijam conhecimentos aprofundados de algo sejam bem remunerados. Médicos, ou enfermeiros (aiii, espera! Estes, se calhar, não... como se tem visto pelas reinvindicações), ou atletas de alta competição (futebolistas...), ou sábios contabilistas e/ou administradores.
Faz sentido que todos eles exerçam as suas profissões na certeza de serem recompensados pelos anos de estudos (desperdiçados, à luz das crenças do anterior Governo) empregues, pelo gosto em exercer a profissão para a qual nasceram, e pelo esforço de fazerem horas extra (em usufruto de horário normal reduzido).
No caso das finanças e da banca, faz sentido que sejam ressarcidos pelos inconvenientes de gerir as grandes máquinas de movimentação de dinheiro... mantenho a esperança que, ordenados milionários sejam um bom incentivo para não meterem a mão na massa... como quem diz, no bolso alheio. Afinal, confiamos que os Panamá Papers são embustes criados para desviar atenções... Ou, não acreditamos que as economias paralelas são as verdadeiras economias.
Quanto a nós, limitamo-nos a receber ordenados que não reflectem a quantidade de estudos que temos, a pagar impostos por valores que tardam a ser pagos, e a não reclamar muito para que não nos chamem nomes... Ainda esperamos pela autorização governamental para vasculhar as nossas contas bancárias. E, esqueçam o quid pro quo para as que albergam montantes elevados... isso nunca vai acontecer. Pelo menos, enquanto os desavisados tiverem disso.
Mais uma vez, pergunto: será que, depois de verem a minha situação financeira, ajudam a pagar as despesas? Depois de fazer a contabilidade familiar concluí que estamos a precisar...
Por um outro lado