#sou mãe… e o que é que eu percebo disto? Segunda-feira... yeah!
Sem exagero, ontem, a Pipoquinha passou mais de cinco horas a resmungar.
Não estava a chorar. Estava a refilar. Também chorava, ocasionalmente, mas era mesmo refilar. Numa ladainha ranzinza que, ao fim de uma hora, o meu cérebro de mãe é obrigado a aceitar a derrota, de não conseguir apaziguá-la, e auto-desligar. É como se fosse uma surdez selectiva, e obrigatória, em prol da minha sanidade mental.
Não conseguia calá-la. Conseguia acalmá-la um pouco, para que não passasse de resmunguisse para choro, e pouco mais. O que faço quando o colinho de mãe não funciona?
E, qual era o motivo de tanta resmunguisse?
Dentes a sair. Depois, juntou-se sono... porque quem resmunga não dorme, a não ser que durma a resmungar... Depois, veio a fome. E, aí, pensei que depois do biberão, fosse dormir... Pois, não.
Depois, voltaram os dentes... Ah! E porque, para a Pipoquinha ontem era segunda-feira. Segunda-feira que, no Universo infantil, é o dia das birras provocadas por deixar de ter a paródia do fim-de-semana. Como voltámos no sábado de casa dos avós, para ela, ontem era segunda-feira.
Quando fomos para o quarto ela ainda rezingava. Não queria fechar os olhos. Não queria ter os braços para baixo. Não queria estar de barriga para cima. Não queria dormir. Queria palrar... e esfregar as gengivas com os dedos.
Já, eu... parecia um zombie... e, em piloto automático.
Cospe chucha. Enfio chucha. Destapa-se. Tapo-a. Enfia mãos na boca. Afasto mãos da boca... Quarenta minutos (de luta) depois, ela (finalmente!!!!) adormece.
Passado nem quinze minutos, a vizinha põe o Roberto Carlos a cantar...
A nossa sorte é que a Pipoquinha estava para lá de cansada e não acordou. E, que sorte a nossa! Ou a vizinha teria um novo embalo musical... mesmo por cima da cabeça dela... numa daquelas melodias que não deixaria ninguém indiferente.
PS: A senhora será surda? É que a minha Pipoquinha, quando está ranzinza, ouve-se no prédio todo...
Por um outro lado